Nasceu em
Olinda-PE, em 22 de abril de1548, filho
do homônimo Jerônimo de Albuquerque (português que veio para o Brasil em 1535
na comitiva de seu cunhado, Duarte Coelho, donatário da Capitania de
Pernambuco) e d. Maria do Espírito Santo Arcoverde, filha do tuxaua Ubirã - Ubi
(Arco Verde) e, portanto, neto desse cacique tabajara. Tinha dois irmãos, Jorge
e Antônio de Albuquerque, e casou -se com Catharina de Teyo, com a qual teve
dois filhos. Estudou no Colégio dos Jesuítas, na sua cidade, e conhecia bem a
cultura e os costumes nativos, face às suas origens. Participou das lutas pelo
domínio da Capitania do Rio Grande ao lado de Mascarenhas Homem, Feliciano
Coelho e outros (1597 a 1599), sobressaindo -se por suas qualidades de
liderança: Dominando a língua dos naturais, com e les diretamente se
comunicava, sem inibições, dispensando intermediários, recolhendo com
fidelidade o seu pensamento e transmitindo - lhes com lealdade as intenções dos
brancos. Mantinha excelentes relações com os padres e era hábil no
encaminhamento das soluções políticas (GALVÃO, p. 40). CÂMARA CASCUDO corrobora
e complementa essas informações: Hábil, falando o idioma nativo, obteve as boas
graças dos potiguares Ilha Grande, Pau Seco e Sorobabe,conseguindo pazes
solenes, firmadas na Paraíba a 15 de junho de 1599, com assistência de
autoridades (1989, p. 117). O fato é que pacificou os indígenas num dos
momentos decisivos para a consolidação da campanha. Tido, até recentemente,
como fundador da Cidade do Natal e primeiro Capitão - mor da Capitania do Rio
Grande, HÉLIO GALVÃO, no ensaio Quem fundou Natal , de José Moreira Brandão
Castelo Branco (Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol.
200, pp. 65- 71), conclui, como já vimos na
Introdução:
A prova documental tem isto de inexorável: elimina a contradição e cria a
certeza. A afirmação pode ser feita com plena segurança porque as hipóteses em
contrário estão definitivamente afastadas, por exclusão. Riscado o nome de
Jerônimo de Albuquerque, o de João Rodrigues Colaço não passou de simples
sugestão provisória,
que pronto se desfez. Manuel Mascarenhas Homem é, pois, o fundador da Cidade do
Natal. Este, precisamente, um dos encargos que lhe foi atribuído como general
da conquista (op. cit., p. 43). Quanto ao primeiro capitão - mor, foi João
Rodrigues Colaço (V. verbete anterior). Jerônimo de Albuquerque foi o segundo,
nomeado por patente real de 9 de janeiro de 1603 (à época encontrava -se em
Lisboa e só tomaria posse em agosto do mesmo ano). Governou por seis anos e, no
segundo, fundaria (ou proporcionar ia condições
aos filhos para que o fizessem) o primeiro engenho de açúcar da Capitania, na
Várzea de Cunhaú:Jerônimo de Albuquerque concedeu, em 2 de maio de 1604, a seus
filhos Antônio e Matias de Albuquerque, uma sesmaria de cinco mil braças
quadradas,
na Várzea
de Cunhaú, começando d’onde entra a ribeira do Pequeri, e duas léguas em
Canguaretama, tendo os doados construído um engenho que tomou o nome daquela
Várzea (MELO, p. 32). O mesmo historiador complementa, mais adiante: Os
holandeses, no período de ocupação, incendiaram – no (op. cit., mesma página,
indicando como fonte um Certificado do Capitão – mor do Ceará, Diogo Coelho de
Albuquerque, de 2 de setembro de 1660, arquivado no Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Norte). A história assina la, ainda, que Jerônimo
teria descoberto uma mina de ferro nestas terras do Rio Grande, à distância de
40 léguas da Fortaleza . O sobrenome Maranhão lhe foi concedido por D. Filipe
IV (1614), por haver desbravado a Capitania do Maranhão, onde veio a falecer em
11 de fevereiro de 1618
FONTES:
CÂMARA
CASCUDO, Luís da. Governo do Rio Grande do Norte , 2º vol. Mossoró: Coleção
Mossoroense, série “C”, vol. DXXXI, 1989. GALVÃO , Hélio.História da Fortaleza
da Barra do Rio Grande , 2ª edição. Natal: Fundação Hélio Galvão / Scriptorim
Candinha Bezerra, 1999. MELO, João Alves de. Natureza e História do Rio Grande
do Norte (1501-1889),1º tomo. Natal: Imprensa Oficial, 1950. TAVARES DE LIRA,
Augusto. História do Rio Grande do Norte , 2ª edição, com atualização gráfica
do Prof. Waldson Pinheiro. Brasília: Fundação José
Augusto;
Centro Gráfico do Senado Federal, 1982.
FONTE –
FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO